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viernes, 23 de diciembre de 2011

Bispo em MS proíbe participação de integrantes do candomblé em missa Religiosos das matrizes africanas não podem assistir missa em grupo. Bispo vai p

Bispo em MS proíbe participação de integrantes do candomblé em missa
Religiosos das matrizes africanas não podem assistir missa em grupo.
Bispo vai permitir a lavagem da escadaria, mas igreja estará fechada.
Do G1 MS


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Lavagem da escadaria pode ser mantida
(Foto: Divulgação/ Prefeitura de Corumbá)
Os religiosos das matrizes africanas estão proibidos de participar, em grupo, da Santa Missa na Igreja Matriz de Corumbá, a 444 quilômetros de Campo Grande. A medida, que afeta principalmente os praticantes de candomblé na cidade, é uma decisão do bispo diocesano Dom Martinez Alvares. A lavagem das escadarias, feita após a celebração, será mantida, mas feita somente após o fechamento das portas da igreja.
Há sete anos, os integrantes das religiões das matrizes africanas assistem a Santa Missa, vestidos com as roupas tradicionais, sentados nos primeiros bancos da igreja. Após a celebração, eles saíam e lavavam a escadaria da igreja. Agora, esta participação foi vetada.
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Dom Martinez Alvarez, o bispo que está há sete anos na diocese da cidade, afirma que não há possibilidade de voltar atrás na decisão. A lavagem das escadas está liberada, porém a igreja não abrirá as portas durante a cerimônia. “Não tivemos reunião com ninguém, decidimos proibir a entradas dos religiosos na Santa Missa”.
O padre da igreja, Flávio Vieira, afirma que a decisão não representa um preconceito. “É uma questão teológica e doutrinária, não se trata de exclusão; pelo contrário cada doutrina deve se fortalecer naquilo que ela é”, afirma o pároco.

Participação dentro da igreja foi vetada
(Foto: Divulgação/ Prefeitura de Corumbá)
Para o presidente da Associação Corumbaense das Religiões de Matrizes Africanas do Pantanal e Região (Acorema) e delegado das religiões de matrizes sul-africanas do Centro Oeste, Clemílson Pereira Medina, a decisão vai contra a unificação das religiões.
“Nosso objetivo não é só lavar as escadarias, e sim, participar da missa e passar uma mensagem de união e paz para todos. Vamos conversar e evitar que essa regressão pela luta do preconceito seja feita”.

Medina conta ainda que participou da Conferência Nacional de Direitos Humanos em Brasília e voltou da reunião com um documento que será entregue ao bispo da igreja. “Nós reunimos 109 assinaturas de delegadas da conferência e irei tentar um diálogo para que o bispo volte atrás na decisão”.
Tradição
O sociólogo Paulo Cabral afirma que a igreja católica iniciou o diálogo entre as religiões no final do século XX e que a tradição da lavagem das escadarias faz parte da cultura brasileira. “Essa

postura da igreja católica é uma medida que revela um viés altamente conservador e que nega a dimensão do diálogo entre as religiões”.
Segundo o sociólogo, a tradição de lavar as escadas da igreja católica com água de cheiro começou nos anos 70 na Bahia. “A expressão mais característica dessa interação é a lavagem da escadaria do nosso senhor do Bonfim da Bahia”. A cerimônia é realizada na Bahia todo dia 13 de janeiro e inspirou a tradição em Corumbá que acontece no dia 30 de dezembro.
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